Psiquiatra: Coisa de Louco?
- Gabriel Felipe Gomes e João Augusto
- 27 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Em tempos complicados como os que vivemos hoje, com crises políticas e econômicas, é comum muitas pessoas ficarem com problemas de saúde mental. Porém, grande parte acaba não procurando o profissional adequado para ajudar a resolver o problema pensando que isso significaria 'coisa de louco'. Contudo, não há motivos para se preocupar: isto não é coisa de louco como vendem os filmes e séries de um modo geral.
Acontece que o termo 'médico de louco' ou coisa similar é erroneamente associado à psiquiatria. Só para ter uma noção histórica, o termo louco(a) foi associado a bruxo(a) para a Inquisição da igreja. Com o passar dos anos, o termo foi se modificando e passou a significar aquele que possui comportamentos sociais desviantes do normal. Numa definição abrangente, o termo louco é designado para pessoas que não estavam nos padrões por algum motivo. Muitos transtornos podem afetar o comportamento e, geralmente, existe uma confusão entre os termos loucura e transtorno mental. Por exemplo: uma pessoa transtornada precisa ser louca? A resposta é: não necessariamente. Ou ainda, uma pessoa mentalmente transtornada pode ter comportamentos ditos 'normais' na visão da sociedade? A resposta é sim! Estas perguntas explicam o conceito e diferença entre transtornos e loucura. Uma pessoa pode estar transtornada, mas ela não aparenta estar desse jeito de um modo necessário. Por isso, o psiquiatra não é médico de louco.
Todos os transtornos mentais têm uma característica em comum: fazem sofrer. E tanto o paciente quanto quem está à sua volta sofre com a doença. Psiquiatras são médicos especialistas, ou seja, cursam a Faculdade de Medicina por 6 anos e depois, um programa de residência médica em psiquiatria, por mais 3 anos. O diagnóstico e a indicação do tipo de tratamento a ser seguido é feita por esse profissional.
Devido a esse pensamento de "médico de louco" , a consulta de um psiquiatra começa a aparecer como algo terrível, mas não é assim que funciona. A primeira consulta com um psiquiatra tem muito em comum com aspectos de outras consultas médicas. O primeiro passo é realizar a anamnese, ou seja, colher um histórico clínico do paciente. Este histórico deve ser bastante detalhado, por isto pode demandar tempo. Além disso, nesse processo são analisados hábitos como relacionamentos pessoais e familiares, ambiente de trabalho, atividades de lazer e hobbies. O exame psíquico acontece desde o momento em que o paciente entra no consultório, por meio da observação cuidadosa de aspectos do comportamento, discurso, humor, atenção e outros. Este exame vai sendo complementado ao longo das consultas com testes, conversas e questionários.
O exame psíquico é essencial, pois a grande maioria dos transtornos psiquiátricos não são visíveis, a não ser por suas manifestações clínicas. Nesses casos, os sinais e sintomas são detectados a partir de técnicas e metodologias específicas de avaliação, com calma e cuidado. Depois de diagnosticada a situação, o tratamento adequado se inicia.
Conforme visto, loucura e transtorno mental não são a mesma coisa. A psiquiatria é apenas mais um dos inúmeros ramos da medicina que ajudam a superar essa fase. Caso você esteja se sentindo mal, visite o médico. Caso seja difícil, ligue para o número 188. Eles com certeza te ajudarão!


Referências:
[1] Psiquiatra Não é Médico de Louco. Instituto de Psiquiatria do Paraná. 18 de out. de 2018. Disponível em: http://institutodepsiquiatriapr.com.br/psiquiatra-nao-e-medico-de-louco/. Acesso em 17 de maio de 2020.
[2] Pessoa transtornada imagem. Disponível em: https://abrilveja.files.wordpress.com/2019/01/saude-ansiedade-20171229-003.jpg.
Acesso em 19 de maio de 2020.
[3] Afinal Quando Procurar um Psiquiatra. Hospital Santa Mônica. Disponível em:
https://hospitalsantamonica.com.br/afinal-quando-procurar-um-psiquiatra/.
Acesso em 19 de maio de 2020.
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