A história e a influência do ensino remoto e à distância

Olhar para a tela de um computador, de um celular ou de um tablet é o novo normal em época de pandemia. Na área da educação, entretanto, não é novidade o ensino à distância: diversas universidades e faculdades já disponibilizavam essa modalidade. A problemática em torno do ensino remoto vem com a necessidade de uma conexão estável com a internet e aparelhos que dêem conta de suportar a tecnologia de videoconferências. Porém, nem todas as pessoas têm acesso a essa tecnologia e a essas condições. No Brasil, segundo os dados compilados pelo IBGE da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2018, aproximadamente 75% da população brasileira tem acesso contínuo à internet. Se considerarmos que essas estatísticas têm aumentado nos últimos três anos, um em cada cinco brasileiros ainda não consegue assistir aulas gravadas ou ao vivo de maneira virtual.

Mas como surgiu o ensino à distância (EAD)? Muitos acreditam que ele se iniciou com a chegada da internet, mas a história não é bem essa. Na verdade, o surgimento do EAD aconteceu por volta de 1728, em Boston, com o professor Caleb Phillips. O professor divulgou nos jornais que iria oferecer um curso de taquigrafia para todos os alunos do país e os materiais seriam enviados pelo correio. Desde esse episódio até 1940, os cursos EAD eram feitos com materiais impressos e enviados pelos correios. De 1940 até a década seguinte, os conteúdos eram transmitidos via rádio. De 1950 até 1990, com a TV, começaram os telecursos. E da década de 90 até os dias de hoje, os cursos começaram nos computadores e, em seguida, na internet. No Brasil, o desenvolvimento do ensino remoto não foi diferente: ele seguiu essa mesma linha, começando um pouco antes de 1900, no Rio de Janeiro, com materiais impressos e foi-se desenvolvendo à medida que a tecnologia avançava até os dias de hoje.

Diante do histórico do EAD, podemos ver como no decorrer do tempo, ele foi-se consolidando. Entretanto, essa modalidade de ensino é para aqueles que têm acesso aos meios. Porém, muitas vezes, o EAD é realizado através de aulas gravadas, diminuindo a necessidade de uma conexão rápida com a internet em comparação com as aulas ao vivo. Mesmo que alguns governos estaduais e o governo federal forcem de todas as formas o retorno das aulas presenciais, as universidades públicas iniciaram em 2020 o ensino por videoconferência, e prorrogaram, acertadamente, essa modalidade para 2021. Estas Instituições ainda tentam disponibilizar equipamentos que necessitam mesmo com os escassos recursos que lhes são distribuídos. É notável que alguns ainda se sintam prejudicados com essa forma de aprendizado. No entanto, é a maneira segura para que todos possam voltar, vivos, para dentro das universidades.

REFERÊNCIAS

[1] VALENTE, Jonas. "Brasil tem 134 milhões de usuários de internet, aponta pesquisa”. Agência Brasil, 26 de maio de 2020. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-05/brasil-tem-134-milhoes-de-usuarios-de-internet-aponta-pesquisa. Acesso em 21 de março de 2021.

[2] “Como surgiu o EAD?”. EAD, 20 de junho de 2016. Disponível em https://www.ead.com.br/como-surgiu-ensino-a-distancia. Acesso 21 de março de 2021.

[3] VILLELA, Ana Paula; MESQUITA, Vânia Santos. “EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: HISTÓRIA NO BRASIL”. CIET EnPED. Disponível em https://cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2018/article/view/49. Acesso em 21 de março de 2021.

[4] OLIVEIRA, Elida. “MEC determina volta às aulas presenciais nas universidades federais a partir de janeiro”. G1 Globo, 02 de dezembro de 2020. Disponível em https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/12/02/mec-determina-volta-as-aulas-presenciais-nas-universidades-federais-a-partir-de-janeiro.ghtml. Acesso em 21 de março de 2021.

[5] HISING, Ederson. “Governo libera aulas presenciais no Paraná a partir de quarta (10) na rede particular e de segunda (15) na pública”. G1 Globo. 05 de março de 2021. Disponível em https://g1.globo.com/pr/parana/educacao/noticia/2021/03/05/governo-libera-aulas-presenciais-no-parana-a-partir-de-quarta-10-na-rede-particular-e-de-segunda-15-na-publica.ghtml. Acesso em 21 de março de 2021.