FENÔMENOS ASTRONÔMICOS DE DEZEMBRO
- Nuria Criado Scarpin e Lucas Freitas Bizerra
- 14 de dez. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de set. de 2022
Apesar dos pesares, em dezembro de 2020, haverá alguns fenômenos astronômicos muito interessantes, como o eclipse solar, a chuva de meteoros e a conjunção de Júpiter e Saturno. O eclipse solar ocorrerá no dia 14/12 (segunda-feira) por volta das 11h33 até às 15h53 horário de Brasília e poderá ser visto em sua totalidade em regiões da Argentina e do Chile, mas também será possível observá-lo em outros países da América Latina de forma parcial. Aqui no Brasil, ele poderá ser visto com 40%~60% de parcialidade.
O eclipse solar é um fenômeno astronômico que, dentre muitos fatores, acontece quando a Lua nova se posiciona entre o Sol e a Terra. Nesse momento a Lua projeta sua sombra em uma pequena área da Terra que pode ser dividida em duas: a penumbra e a umbra (ver figura 1). A área da penumbra é onde o eclipse acontece de maneira parcial, como uma breve sombra. Já a área umbral é onde o eclipse acontece de forma completa transformando o dia em noite por alguns minutos.
Como existem várias variáveis a se considerar quando falamos desse tipo de fenômeno, tais como: a inclinação da Terra e da Lua, a distância da Lua até a Terra, posição do observador, etc. elas ocasionam variações nos eclipses. Podem encontrar-se em um eclipse total, quando a Lua tampa completamente a luz do Sol; um eclipse parcial, na ocasião em que a Lua tampa parte da Luz do Sol; um eclipse anelar, quando a Lua não consegue tapar toda a luz do Sol (por estar em seu apogeu – maior distância da Terra – e com tamanho angular menor que o diâmetro solar), formando um anel brilhante em volta da Lua e por fim o eclipse híbrido, quando, dependendo do observador, é um eclipse anelar ou completo. Vale lembrar que caso você queira ver um eclipse, deve fazê-lo usando um telescópio montado de tal forma que a luz solar incidente na lente objetiva (se telescópio refrator; ou espelho, se refletor) saia pela ocular e seja projetada numa pequena tela adaptada. Para quem não tem telescópio, a observação direta requer muitos cuidados: não usem óculos de sol! Deve ser usado uma chapa de raio-X (em seu ponto mais escuro) ou filtros Mylar (estes podem ser obtidos destes saquinhos de batatinhas e congêneres que têm uma superfície interna espelhada (será necessário algumas camadas deste material para tapar a luz solar de forma segura).
Outro fenômeno astronômico deste mês será as chuvas de meteoros. Em sua maioria, estas “chuvas” são produzidas quando a Terra passa por trilhas empoeiradas deixadas por cometas; contudo, a que ocorrerá nos dias 13 e 14 de dezembro será diferente, pois a trilha empoeirada foi originada por um asteroide, chamado 3200 Faetonte, sendo então classificada como chuva de meteoros Gemínidas. Os meteoros destas chuvas parecem vir de um radiante na constelação de Gêmeos (daí o nome). É uma das duas principais chuvas de meteoros que não se originam de um cometa. Os meteoros destas chuvas são lentos, viajam a uma velocidade média em relação a outras chuvas, a cerca de 35 km/s, tornando-os fáceis de notar. Podem aparecer em qualquer lugar do céu, e geralmente têm cor amarelada; ocasionalmente verde ou azul. No hemisfério norte é visível do fim da tarde em diante, já no hemisfério sul, aparece somente perto da meia noite. As Gemínidas são consideradas as chuvas mais consistentes e ativas quando comparadas com as demais.
Outro fenômeno astronômico espetacular será a “grande conjunção” - é um fenômeno em que ocorre a sobreposição de dois planetas, dando a impressão de que os corpos celestes se fundem e brilham como um só. É o que se dará em breve com Júpiter e Saturno (figura 2): há alguns meses a proximidade entre os dois planetas está acontecendo, e a noite de maior aproximação será em 21/12 (segunda-feira). Embora as melhores condições de visualização sejam próximas ao Equador, o fenômeno poderá ser visto em qualquer lugar da Terra, se o clima permitir
A dupla planetária e várias de suas luas estarão visíveis no céu ocidental após o pôr do sol, durante aproximadamente uma hora todas as noites. Devido à diferença de períodos orbitais entre os planetas, uma conjunção Júpiter-Saturno só acontece a cada 19,6 anos, no entanto, a deste mês, é considerada excepcionalmente rara por causa da maior proximidade entre eles: há quase 800 anos, em 4 de março de 1226, não ocorre um alinhamento tão próximo entre esses objetos visíveis no céu noturno. Ademais, o dia 21 de dezembro também coincide com a data exata do solstício de verão, quando um dos pólos da Terra (no caso, o pólo sul) tem sua inclinação máxima em direção ao sol.



Referências:
[1] ONTIVEROS, Eva. “Alinhamento de Júpiter e Saturno, chuva de meteoros e eclipse solar: os fantásticos eventos no céu em dezembro”. BBC World Service, 08 dez. 2020. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-55225887. Acesso em 12 de Dezembro de 2020.
[2] “Dezembro terá fenômeno astronômico que não ocorre desde a Idade Média”. i44News, 01 dez. 2020. Disponível em https://i44.com.br/noticias/2020/12/01/dezembro-tera-fenomeno-astronomico-que-nao-ocorre-desde-a-idade-media/. Acesso em 12 de Dezembro de 2020
[3] “Eclipse solar total: saiba onde e quando poderá ser visto o fenômeno de 14 de dezembro no Brasil”. G1, 11 dez. 2020. Disponível em https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/12/11/eclipse-solar-total-saiba-onde-e-quando-podera-ser-visto-o-fenomeno-de-14-de-dezembro-no-brasil.ghtml. Acesso em 12 de Dezembro de 2020.
[4] “Em Dezembro, veremos 3 fenômenos incríveis no céu”. Mundo Desconhecido, 29 nov. 2020. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=kqOgQS0MpQA&feature=youtu.be. Acesso em 12 de Dezembro de 2020.
[5] PENA, Rodolfo F. Alves. “Eclipse Solar”. Brasil Escola. Disponível em https://m.brasilescola.uol.com.br/geografia/eclipse-solar.htm. Acesso em 12 de Dezembro de 2020.
Comments