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  • Nuria Criado Scarpin e Maria Eduarda Monico Timoteo Silva

Meteoro de Minas Gerais e o Boato do Meteorito Lavado com Detergente

De acordo com a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), um meteoro que viajava a uma velocidade de 43,7 mil km/h foi avistado na região do Triângulo Mineiro, até desaparecer a 18,3 km de altitude, entre os municípios de Perdizes e Araxá. O evento ocorreu na noite de sexta-feira do dia 14 de janeiro e moradores da região afirmam que o chão chegou a tremer nas cidades mineiras antes da explosão. Em nota, a Bramon afirmou que isso configura um forte indício de que a rocha pode ter gerado meteoritos, nome ao qual denominamos os fragmentos do meteoro quando conseguem sobreviver à incineração da atmosfera e caem na Terra.

Após analisar os vídeos de suas câmeras e do Clima ao Vivo de Minas Gerais, a Bramon explicou em seu site que a rocha espacial atingiu a atmosfera da Terra em um ângulo de 38,6° em relação ao solo, e começou a brilhar a 86,6 km de altitude sobre a zona rural de Uberlândia. O meteoro percorreu 109,3 km em nove segundos, antes de explodir. A instituição científica ainda trabalha nos cálculos para avaliar o tamanho do objeto que atingiu a região do Triângulo Mineiro, bem como para determinar a área de dispersão dos possíveis meteoritos.

Pouco depois da notícia ser difundida, viralizaram imagens e vídeos de um cidadão que alegava ter encontrado um meteorito gerado pelo bólido, lavando inclusive o suposto objeto celeste com detergente. Apesar da reação escandalosa de muitos internautas, utilizando alguns conhecimentos básicos de astronomia, facilmente seria possível perceber que a viralização se tratava apenas de um boato. Mas, afinal, como identificar um meteorito e qual seria a maneira adequada de proceder ao encontrar um?

Logo de praxe, existem algumas características primárias que são indicativos de que a rocha é um meteorito, como por exemplo, a presença de uma crosta escura e fina com um aspecto de queimado chamada crosta de fusão. Essa crosta é formada como resultado da queda em alta velocidade e temperatura que a rocha sofre ao adentrar na atmosfera. O processo que gera essa crosta se chama ablação atmosférica, que consiste na vaporização da maior parte da rocha.

Em geral, a aparência de um meteorito pode sofrer algumas variações de um para outro, já que alguns deles podem apresentar pequenas depressões, chamados de demaglitos, por exemplo. Outra característica dos meteoritos é que cerca de 95% deles possuem uma certa atração por imãs; isso se deve a sua composição, que na maioria das vezes tem ferro e níquel presentes. A maioria dos meteoritos têm seus núcleos mais claros e possuem muitos côndrulos, que são pequenos grânulos esféricos ou elipsoidais, geralmente constituídos de minerais.

A partir dessas informações, o procedimento mais correto depois de identificar essas características é guardar a rocha em um pote ou saco plástico, certificando que não haja umidade por perto. Não existe razão para temer os meteoritos, uma vez que sua composição é feita de materiais muito conhecidos por nós e não são radioativos.

Por fim, fotografe o meteorito com uma boa iluminação e em vários ângulos, certificando-se de não usar o flash. Encaminhe as fotos obtidas para um especialista, indicando a coordenada do local onde a rocha foi encontrada; desse modo, todas as análises necessárias para distinguir se é um meteorito serão realizadas. Lembrando que nenhuma dessas rochas possui propriedades de cura ou que contaminam a água.



Imagens do falso meteorito gerado pelo bólido visto em Minas Gerais

Meteorito metálico de ferro Tipo IIE


Meteorito Marília do tipo Condrito H4, de composição rochosa



Referências:


[ 1 ] NAÍSA, Letícia. “Meteoro é visto sobre região do Triângulo Mineiro”. Tilt Uol, 15 jan. 2022. Disponível em

[ 2 ] “Meteoro visto no Triângulo Mineiro cruzou o céu a mais de 43 mil km/h; veja trajetória estimada”. G1 Triângulo e Alto Paranaíba, 15 jan. 2022. Disponível em

[ 3 ] MARIN, Jorge. “Meteoro sobrevoa Minas Gerais e explode sobre o Triângulo Mineiro”. TecMundo, 17 jan. 2022. Disponível em

[ 4 ] “Astrônomo comenta sobre vídeo de suposto meteorito que caiu em MG”. Olhar Digital, 22 jan. 2022. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=voH48XNvsYs. Acesso em 24 de Janeiro de 2022.


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