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  • Milena Feruzzi e Rafaela Lavagnoli

O poder das mulheres latinas na história


Capa (Reprodução / Google Imagens)

Não é novidade que no mundo em que vivemos muitas vezes é difícil lembrarmos ou exaltarmos a história e os feitos das mulheres. Se analisarmos em proporção, os homens acabam ocupando mais espaço de destaque, deixando de lado marcos históricos femininos. Essa representatividade, bem como a importância do reconhecimento dessas mulheres, é essencial hodiernamente para a nossa sociedade e para as pessoas que usufruem constantemente dos impactos dos feitos dessas mulheres nos mais variados aspectos de nossa sociedade (ciência, educação, cultura, tecnologia).

Traçaremos aqui perspectivas e características de algumas mulheres latinas que marcaram a história e realizaram feitos que nenhuma outra pessoa teria realizado de forma tão ímpar. Vale ressaltar que, apesar de serem conhecidas ou serem imagens nem tanto populares, nem sempre recebem a importância que deveriam.

Vamos ressaltar a história de três mulheres latino-americanas que se destacaram: Sanité Bélair, Lélia Gonzalez e Carola Lorenzini.


Figura 01: Sanitè Bélair (GEORGIOART, 2011)

 

Sanité Bélair foi uma figura histórica importante durante a Revolução Haitiana, que ocorreu no final do século XVIII e início do século XIX. Ela era uma mulher negra nascida no Haiti, que até então era uma colônia francesa. Ela desempenhou um papel significativo como combatente na luta pela independência do Haiti e contra o domínio colonial francês.

Líder e combatente valente do exército rebelde haitiano, lutou ao lado de outras figuras icônicas como Toussaint Louverture e Jean-Jacques Dessalines. Conhecida particularmente por sua participação na Batalha de Crête-à-Pierrot em 1802,  demonstrou coragem notável.

Embora sua vida seja frequentemente lembrada como um símbolo de resistência e determinação na luta pela liberdade do Haiti, os detalhes específicos de sua biografia são muitas vezes difíceis de verificar devido à falta de documentação da época. No entanto, ela permanece como uma figura inspiradora na história do Haiti e na luta global contra a escravidão e a opressão colonial.


Figura 02: Lélia Gonzalez (EL PAÍS, 2020)


Lélia Gonzalez foi uma importante intelectual, ativista e feminista brasileira nascida em 1935 e falecida em 1994. Ela desempenhou um papel fundamental na luta pelos direitos das mulheres negras e na promoção do pensamento afro-brasileiro. Algumas das contribuições mais significativas de Lélia Gonzalez culminaram no  Feminismo Negro, sendo ela uma das pioneiras deste movimento no  Brasil, defendendo a interseccionalidade entre raça, gênero e classe social.

Lélia dedicou-se  também à Intelectualidade, sendo ela própria uma intelectual prolífica, escrevendo extensivamente sobre temas como racismo, machismo, cultura afro-brasileira e identidade. Seus escritos influenciaram significativamente o debate sobre questões raciais e de gênero no Brasil. Além de suas contribuições acadêmicas,  ela também desempenhou um papel ativo no movimento negro e no movimento feminista brasileiro. Ela co-fundou o Grupo de Trabalho de Mulheres Negras na década de 1980 e trabalhou para promover a inclusão das perspectivas das mulheres negras nas agendas políticas.

Atuou, também, como professora universitária, lecionando em várias instituições no Brasil. Ela compartilhou seu conhecimento e experiência com diversas gerações de estudantes, contribuindo para a formação de futuros ativistas e intelectuais. Ela é lembrada como uma figura inspiradora que lutou pela igualdade e justiça para as mulheres negras no Brasil. Seu legado continua influenciando o ativismo e a pesquisa acadêmica sobre questões raciais e de gênero no país.

 


Figura 03: Carola Elena (Télam – Cable de Noticias, 2021)

 

Carola Elena Lorenzini foi uma pioneira da aviação argentina, nascida em 15 de agosto de 1899 na região que hoje é conhecida como Alejandro Korn, província de Buenos Aires. Ela foi a sétima de oito irmãos, filha de José Lorenzini e Luisa Piana. Teve uma série de realizações notáveis em sua vida, como se tornar a primeira Instrutora de Voo na América do Sul. Ela era, também, uma atleta versátil, competindo em várias modalidades esportivas, incluindo salto, bola, remo, lançamento de dardo e hóquei. Em 1925, ela se tornou campeã de atletismo.

Foi a primeira mulher a dirigir um carro em sua cidade natal, demonstrando sua determinação em desafiar as convenções de sua época. E em 1933, iniciou seu curso de instrução no Aeroclube Motón. Ela recebeu sua licença de piloto aviador civil internacional nº 436. Dessa forma,ela realizou várias conquistas no campo da aviação, incluindo atingir uma altitude de 5.381 metros. Também se tornou a primeira mulher a cruzar o Rio da Prata sozinha em seu avião, o Fleet 51.

Infelizmente perdeu a vida em um acidente aéreo em 23 de novembro de 1941, enquanto realizava uma manobra acrobática. Sua aeronave perdeu o controle e caiu, resultando em sua morte trágica. No entanto, ela conseguiu evitar a morte por queimaduras, cumprindo sua vontade de não morrer carbonizada. Ela é lembrada como uma mulher notável que quebrou barreiras na aviação e deixou um legado significativo em sua área de atuação.

As três mulheres citadas contemplam algumas semelhanças, entre elas a origem latina e a determinação necessária para enfrentar um mundo opressor. Quando quebram-se barreiras e se conquista muito além do que se acredita, tornamos o mundo um lugar mais belo e cheio de oportunidades. Para nós que hoje, desfrutamos de coisas “básicas”, como liberdade de ir e vir, direito ao trabalho, à moradia e à educação, vale lembrar que existiram pessoas por trás disso, mulheres por trás de tudo isso que fizeram com que hoje tenhamos  direitos. Elas devem ser lembradas como inspiração para que cada vez mais as mulheres ocupem seus lugares de direito numa luta difícil num continente preponderantemente machista.

 

 

 

Referências:

INTRÍNSECOS, Cinco mulheres latino-americanas que fizeram história. Rio de Janeiro, 08/04/2022. Disponível em:

 

MORENO, V.; RAMÍREZ, M.; OLIVA, C.; MORENO, Estrella. Biografia de Carola Lorenzini. Disponível em:   

 

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