Rios Voadores e o Desmatamento na Amazônia
- Ariane Guanini da Silva e Nuria Criado Scarpin
- 26 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de set. de 2022
Na mitologia grega, Gaia é conhecida por ser a deusa mãe de todas as criaturas existentes, surgida junto com o céu, o ar e as águas dos oceanos. A Hipótese de Gaia, formulada em 1960, pelo ambientalista James Lovelock, afirma que o Planeta Terra é um organismo vivo capaz de se auto regular. Um organismo onde todos os fenômenos, seres, elementos e substâncias se inter relacionam. Isso nos faz pensar em como algumas coisas próximas a nós podem ser compreendidas em um contexto mais geral e também como se relacionam com outras em diversas localidades do planeta.
Um desses fenômenos é conhecido como “Rios Voadores” que, analogamente, poderiam ser descritos como cursos de água atmosféricos. Trata-se de massas de ar carregadas de vapor de água, impulsionadas pela ação das correntes de ar. Nesse contexto, a floresta amazônica desempenha um papel essencial para transportar umidade em todo o território brasileiro através dos conhecidos “Rios Voadores da Amazônia”. Funcionando como o motor primário deste fenômeno, a floresta amazônica absorve a umidade proveniente do oceano Atlântico que cai como chuva sobre o solo. Em seguida, por meio do processo de evapotranspiração das árvores, a floresta emite a água captada para a atmosfera em forma de vapor. Parte deste volume de água precipita e é reabsorvido por ela, e o restante é transportado pela atmosfera, formando os rios voadores.
Propelidos pelo vento, os rios voadores (grande parte originados da Amazônia) são direcionados para o oeste da extensão latino-americana, encontrando como barreira natural a Cordilheira dos Andes, onde precipitam parcialmente, concebendo as nascentes dos rios amazônicos. A fração que não precipita, contorna a cordilheira partindo em direção ao sul, chegando às regiões do centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, e aos países vizinhos. Desse modo, os rios voadores da Amazônia aliados ao acidente geográfico da Cordilheira dos Andes são de suma importância para a determinação do regime de chuvas e do clima brasileiro. Isto propicia diversas atividades econômicas vitais, como a irrigação das lavouras, a manutenção de represas que fornecem água e energia para a população, além de ser um ponto-chave para o equilíbrio ambiental, principalmente no nosso país, já que por meio da nossa localização privilegiada e dos fenômenos climáticos que aqui acontecem, é possível manter uma biodiversidade tão vasta, e uma certa estabilidade no que se refere a mudanças e catástrofes climáticas.
Para ajudar com a preservação da Amazônia foi criado, em 2008, o Fundo Amazônia. Projeto que tem como principal intuito captar recursos financeiros estrangeiros que serão usados em projetos de combate ao desmatamento. Os recursos são divididos entre projetos de redução de desmatamento, apoio a comunidades indígenas, fiscalização, desenvolvimento tecnológico, atividades produtivas, entre outros. Os principais fomentadores do projeto eram: Noruega, Alemanha e Petrobrás.
Atualmente, a Alemanha não participa mais como doadora, visto que o presidente Jair Bolsonaro deu uma declaração falando que não era necessária a doação do país, que pretendia “comprar a Amazônia a prestações”. Além disso, na região o desmatamento aumentou 278% de 2018 para 2019.
As principais causas do desmatamento na Amazônia são as queimadas com finalidade de expandir latifúndios madeireiros ou agropecuários. Os grandes produtores grilam terras que deveriam ser preservadas com propósitos apenas de crescimento pessoal, destruindo assim esse bioma riquíssimo. Esse fator se alicerça ainda na pouca fiscalização e a falta de leis severas que punam os criminosos ambientais, deixando os grandes produtores impunes.
As consequências desses atos são a extinção de espécies, ecossistemas que deixam de funcionar como deveriam, impactos ambientais em todo o continente da América do sul, que causam problemas de saúde e variações climáticas.
Para que haja uma reversão ou parada no desmatamento urge-se a necessidade de uma política mais rígida de punição aos infratores, grandes latifundiários grileiros, mineradores e madeireiros, novas propostas de métodos de conservação e conscientização.

REFERÊNCIAS:
[ 1 ] “Rios aéreos: a importância da Amazônia para distribuição de chuvas”. Biofílica, 12 Set. 2019. Disponível em https://www.biofilica.com.br/rios-aereos-a-importancia-da-amazonia-para-distribuicao-de-chuvas/ Acesso em 23 de Agosto de 2021.
[ 2 ]Expedição Rios Voadores “Fenômeno dos rios voadores”. 2013.
https://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/ Acesso em 23 de Agosto de 2021.
[ 3 ] - DAMASIO, Kevin. “O que é e qual a importância do Fundo Amazônia, alvo de críticas do governo federal”. National Geographic, 5 Nov. 2020. Disponível em https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2019/06/o-que-e-e-qual-importancia-do-fundo-amazonia-alvo-de-criticas-do-governo Acesso em 23 de Agosto de 2021.
[ 4 ] - GEDAI. “A terra como um superorganismo vivo: você sabe que é a teoria Gaia?”. Gripo de Estudos em Direito e Assuntos Internacionais, 3 Ago. 2020. Disponível em https://gedai.ufc.br/voce-sabe-o-que-e-a-teoria-gaiaa-terra-como-um-superorganismo-vivo/ Acesso em 23 de Agosto de 2021.
[ 5 ] - BATTAGLIA, Rafael. “O que é o fundo Amazônia?”. Super Interessante, 12 Ago. 2019. Disponível em
https://super.abril.com.br/sociedade/o-que-e-o-fundo-amazonia/ Acesso em 23 de Agosto de 2021.
[ 6 ] - FUNDO AMAZÔNIA, O Brasil cuida. O mundo apoia. Todos ganham. Disponível em
http://www.fundoamazonia.gov.br/pt/home/ Acesso em 23 de Agosto de 2021.
[ 7 ] - “Desmatamento na Amazônia”. TodaMatéria, 16 Mar. 2021. Disponível em
https://www.todamateria.com.br/desmatamento-na-amazonia/ Acesso em 23 de Agosto de 2021.
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